O Francês e a Bailarina

O silêncio falante
Produzido por uma tal vergonha
Os separa, os priva de boas risadas algumas conversas, uma cumplicidade escancarada.

Olhares são trocados
Sorrisos compartilhados
A vermelhidão das maçãs do rosto do Francês revela que a Bailarina foi notada.

Ele a admira do seu discreto lugar na plateia.
Ela do palco observa encantada o Francês que por instantes a transporta a lugares flutuantes.

Ela rodopia,
Ele a contempla
Olhares finalmente se encontram
O rosto dele enrubece
O coração dela dispara
Sorrisos tímidos surgem

Numa "conversa" tímida
Enquanto ela baila
Trocam sorrisos
Mas não trocam palavras.

Doce Ilusão

Deixa eu te mostrar para que eu vim
Deixa eu te mostrar para que eu estou aqui
Vem, me abraça, me aperta, me beija
Me faz voar, me faz dormir, me faz descansar
E me mostra de novo que eu estou errada,
Me segura pela cintura, me mostra que eu estou protegida
Segura meu cabelo, sussurra que está aqui,
que não vai fugir,
E me deixa viver essa doce ilusão,
Arranca, vai, destroça esse coração,
Faz dele o que quiser, já que ele te pertence de corpo e alma,
Vem me faz, me traz essa calma,
E não esquece que ele só pulsa e se aquece com o toque de tuas mãos.
                                                                   
                                                                               Andrômeda

No Jardim

Estava a observar
A cor do céu naquela noite de luar.
As estrelas reluzindo.
Vagalumes indo e vindo
E eu sentada sentido o ar
Observando a natureza dançar
Ao som da música que estava tocar.
O céu começava a mudar de cor
A lua dava lugar a outro sabor.
E amor
Que graciosamente era representado pela luz que surgia no leste,
Apagando as estrelas,
Acendendo a vida,
Acordando o mundo
Reconhecendo que lá no fundo
O amor tem infinitas formas cores, significados,
Abraços, beijos e muitos laços.

                                                                               Andrômeda

Isabele, a Bela.

Menina bonita do laço de fita
Boneca faceira debaixo da macieira
Brinca com o vento
Zomba do tempo
Se põe a dançar.
E a rodopiar.

Cantando uma música que mal entende as palavras
Encanta a todos que passam
Girando com seu vestido esvoaçante
Gloria sua pequenês numa petulância dançante.

Ah menina bonita, quem te deu este laço de fita?
Quem te fez tão linda e gentil?
Amores? Te guardo mil!
E que cresças com esta alegria
Que teu sorriso não perca o brilho
Mais forte que o sol quando amanhece o dia.

Andrômeda

A Rede



Rainha do descanso
Envolve o corpo como pérola em concha
Acolhe o sono de um longo dia
É instrumento de brincadeiras da criançada no fim da semana
E também dos arranhões e machucados
Das quedas que produzem os berros e as lágrimas infantis.

Mas como nem tudo é infância,
Sono, machucado e risada
Ela abriga também o amor
Abriga beijos e abraços
escondidos ou escancarados
Abriga da briga o espinho e a flor.

Primitiva, rejeita luxo e modernidade
Habita no campo, na praia ou na cidade
E mesmo que seja por muito tempo esquecida
Há quem se lembre de sua bondade.
Sejam peixes, pessoas ou objetos perdidos
Voluntariamente ou não todos rendidos estão!

Andrômeda

Desejos

Eu deslizaria pelo teu corpo
Como a água de um desejado banho de chuva
Eu acalmaria teu ser
Com o canto silencioso do meu corpo
Eu te protegeria dos assombros mundanos
Que tentam destruir a magia que existe das simplicidades que habitam em nós
Eu te beijaria inteiro
Se isso fizesse tua pele arder
Eu sussurraria as verdades não ditas
Que sempre planejei te dizer
E mesmo que eu fosse embora
Voltaria atrás se você precisasse desses braços
Que te aninhariam e te arrepiariam pelo modo de te cuidar.
                                                                                               
                                                                                               Andrômeda