Provisório e Anonimato

Algumas circunstâncias nos forçam a se contentar com pouco
Nos fazem engolir o amargo e ainda assim sorrir.
Nos obrigam a parar de questionar
E aceitar opinião de uma minoria controladora.
Vivemos numa escravidão voluntária,
Com correntes nos pés que dificultam a caminhada diária
Como marionetes num não-viver mas existir
Controlados, e ensinados a acenar e sorrir
Numa pseudo-felicidade, debochando da corda no próprio pescoço.
Erroneamente conformado em deixar de ser quem é para ser um número qualquer
No meio de tantas vozes, assuntos diversos
Exclama algum programado: Veja você agora é 1 número Provisório, saiu do anonimato!

Novo Ato

Comecemos o segundo ato!
O antecessor trouxe tanta dor que acabou sendo um fracasso.
E entendemos que estávamos errados,
Os papeis eram equivocados
A maquiagem lacrimejante
não combina com o sorriso brilhante
dos olhos da personagem principal
A roupagem estava errada
Eram inúmeras as inúteis máscaras
E para quê? Para esconder o verdadeiro sentido do viver
Que de tanto ser escondido acabou em perigo,
Correndo o risco de ser esquecido
Até que alguém da plateia gritou
E daquele coma a personagem acordou
E se despiu de todos aqueles aparatos errados.
Finalmente, começaremos o novo ato!
                                                                    Andrômeda