De causa, de alma

Mesmo naquele (meio) mundo hostil
Ela exige respeito e isso é justo
Entre freios e aceleradas
Ela sorri e passa batom
Se destaca entre a multidão
Discursando sobre livros
Exalando feminilidade onde passa
De frágil e dependente por alguns é erroneamente rotulada
Por parecer uma flor chega a ser até desacreditada
Mas engana-se quem nisso insiste
Tem a força de um tanque de guerra
Que usa propagando o amor e impondo respeito na sua maior luta: a igualdade.
Me orgulho em conhecê-la
Me orgulho em admirá-la
Marias, Juciaras, Luizas, Bárbaras
Somos todas irmãs de causa.
Somos todas irmãs de alma.

                            Andrômeda

Meu perigo, meu abrigo

Abre a porta pra mim.
Ou deixa eu te invadir
Deixa eu te conhecer
Vamos deixar fluir
E quando anoitecer de fato
Estará consumado
E eu direi sim.

Deixa eu te decifrar
Abre teu coração
Não precisa nem falar
As palavras não dizem tudo
Do mesmo jeito que o abajour não clareia todo escuro.
Nossas sombras entrelaçadas
Valsam na balada universal.

Abre tua alma pra mim
Deixa que o agora seja infinito.
Me olhe nos olhos
Seja meu perigo
Deixe que o silêncio grite
Seja meu abrigo
E enfim. Nunca terá fim.
     
                     Andrômeda